Conspiradores

Sejam bem vindos ao mais recente instrumento socio-político ocular e palpiteiro para exercer-mos nossa indignação, ideiais ou preencher as horas vagas que as vezes (alguns sempre) tomam nossa vida. Entrem, bisbilhoteiem, leiam, comentem, julguem, conspirem...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Decepção ou decepções?

Olha eu ai mais uma vez falando do amor. Você pode até estar se perguntando coisas do tipo: "Porque ele é tão radical assim com o amor?" ou "O que o amor já fez com ele pra ele falar desse jeito?" ou até mesmo "Será que o amor é assim mesmo? Ele é louco". E porque não a clássica: "Ele nunca amou de verdade!". Esta última é a preferida da galera.

Bom, na verdade isso não vem ao caso, não vem mesmo. E como disse Miker (Gerard Butler) em "A Verdade Nua e Crua", aliás, um excelente filme, "Um tesão pode durar apenas algumas horas, mas um coração partido pode durar por muito tempo". Meus olhos encheram d'água. A frase é fabulosa, coisa que nem Arnaldo Antunes e Nelson Rodrigues poderiam pensar em seu mais alto grau de inspiração.

Não é muito difícil encontrar por ai pessoas que afirmam que tiveram várias decepções em seus vários relacionamentos. Na verdade isso não passa de uma grande merda. Não se tem várias decepções da mesma forma que não morremos várias vezes.

O que acontece é que essas pessoas tem na verdade várias frustrações em seus vários casos e acasos, não em relacionamentos.

Decepção. Isso é um termo forte e que não pode ser banalizado como se fosse qualquer frustração em hipótese alguma. Decepção só bate em nossa porta uma vez. Uma única vez. E assim como a morte, leva consigo nossa esperança, nossas convicções, sonhos, confiança e também o "amor".

Depois de uma decepção, nunca mais somos os mesmos, enxergamos a vida sem aquela curtina que tenta passar que tudo está perfeito, e deixamos enfim de acreditar que o amor pode transformar tudo ou que tem poder para mudar alguma coisa. Ele deixa de existir.

Uma decepção muda completamente a estrutura comportamental de um ser humano, e em muitos casos, é para sempre. Então logo não é possível uma pessoa ter várias decepções, um indivíduo não aguentaria suportar. Nem um masoquista de carteira assinada poderia fazer tamanha façanha.

Se você acha que já se decepcionou várias vezes, é porque você nunca se decepcionou de verdade. E tente se cuidar para nunca se decepcionar, porque é como uma cicatriz de uma ferida. Com o tempo a dor vai diminuindo, mas a marca nunca some, e sempre estará ali, quer você queira quer você não queira.

Se ainda tiver dúvidas sobre decepção ou decepções, na hora certa você saberá do que estou falando. Mais uma vez falando de amor, que é uma das maiores conspirações contemporâneas desde as obras de Shakespeare até os dias atuais, e uma arma de destruição em massa que faz tantas vítimas como a fome.
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Love to all...


domingo, 3 de janeiro de 2010

Amor?

Sentir o coração bater mais forte, ter arrepios quando ela chega perto, ficar desconcertado quando chega a hora de falar alguma coisa, ficar a noite pensando na mesma pessoa, querer com todas as forças que ela esteja sempre perto de você, sentir o peito arder em ciúmes quando a vê com alguém, e porque não, as vezes chorar por essa pessoa. Para muitos, quase todos, é assim que se denomina o amor.

Karl Marx afirmava que a religião é o ópio da sociedade pelo seu caráter alienador, conformista, opressor e controlador. É claro que ele estava correto em sua análise. Mas esse ópio está dividindo o lugar com outro com características iguais e até mais pragmáticas, que é o amor.

O que tem sido o amor senão uma estrutura de questões e comportamentos envolvidos em um contexto de sofrimentos, traumas, complexos, desilusões, mágoas, angústias, ansiedades e arrependimento onde entre várias pessoas pelo menos uma sai machucada, quando não mais de uma?

Parece que já está virando rotina chorar ou sofrer por alguém. A indústria cinematográfica norte-americana e as telenovelas latino-americanas tem conseguido criar ao longo dos anos uma cultura entre as pessoas de que amor e sofrimento são correlacionados e que todos terão um final feliz naquilo ou naquele em quem almejarem seus objetivos.

Não é de se espantar ver constantemente pessoas personificando o amor ou achando que mais dia ou menos dia um príncipe encantado baterá a sua porta em um cavalo branco para te fazer feliz o resto da vida.

Porque não conseguimos enxergar que a coisa mais patética é ficar sofrendo ou deixar de viver por causa de alguém que não está nem ai para nós? Não faz nenhum sentido sua vida ter mais ou menos graça por causa das ações de alguém.

E é justamente isso que o amor a quais muitos se referem hoje tem feito com muitas pessoas. Tem condicionado a forma pelo quais as pessoas tem se comportado, tem tomado suas decisões, tem encarado a vida de acordo com o andar da barca de terceiros.

O amor não está nas pessoas, mas sim na vida. Não podemos construir nossa filosofia e conceito sobre o amor, ou dá-lo um significado com base em experiências com outras pessoas ou atitudes de quem "amáva-mos".

A melhor definição que achei do termo amor em toda sua totalidade está nas Sagradas Escrituras no livro de 1° Corínthios capítulo 13. E diz mais ou menos assim:

"O verdadeiro amor é paciente, é benigno, não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se recente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.


Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba, mas, havendo profecias, desaparecerão, havendo línguas, cessarão, havendo ciência, passará. Tudo passa menos o verdadeiro amor.”

Então. Enquanto não tivermos essa consciência que estamos amando erradamente as pessoas erradas, de uma forma errada e nas circunstâncias erradas, continuaremos tendo o amor como o ópio da sociedade.

Acredito sim no verdadeiro amor. E acredito que se ele pode transformar um homem, ele pode sim mudar o mundo.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dingombel, matem o Papai Noel!

Dingombel, dingombel, acabou o papel. Não faz mal, não faz mal, limpa com o jornal. Há tempos o natal não tem sido como já foi um dia. As pessoas não tem mais aquele prazer em partilhar esse momento natalino, acolhedor, companheiro e solidário com o seu próximo como já tiveram um dia.

Até o presente se tornou em uma coisa banal, e para não perder aquele prestígio, criaram-se o famoso amigo-oculto em pleno natal.

As pessoas não estão mais amando as outras como antes, não estão perdoando mais como antes, não estão confraternizando mais como antes. Não estão mais sensíveis ao próximo como antes também.

Hoje em dia o natal tem um balanço positivo se tiver aquela TV de plasma bem grandona na sala, e não se aquele primo que não se vê há anos está na mesa ceiando ao nosso lado.

Aquele abraço apertado e bem gostoso de quem é importante para nós não é tão importante como aquela geladeira nova que saiu quase pela metade do preço na liquidação das Casas Bahia.

Tudo tem seu preço. Hoje o consumismo está como nunca esteve antes cegando as pessoas e tirando a sensibilidade de seus corações. O capitalismo ditando as regras. Vendendo felicidade. Vendendo ilusão. Fazendo as pessoas se afogarem em suas tristezas com uma máscara burocrática de auto-realização.

Tudo tem seu preço. Quanto vale sua felicidade? Um micro-system novo ou uma tarde partilhando emoções com alguém especial? Uma ceia de natal, roupas novas e uma festa bombante para a "elite" ou uma oportunidade de partilhar bons momentos com familiares, amigos e aqueles que foram importante na construção de seu caráter ao longo de sua vida.

Desligue essa merda de televisão, compre menos, ou melhor, não compre. Não comemore se não tiver o que comemorar. Não chore com filmes de efeito moral. Não caia nessa falsa magia de natal.

A propósito, alguém quer um abraço?